Outubro Rosa, muito mais que uma cor!

  



Olá, pessoal!

 

Hoje venho falar de um assunto sério, mas com aquela abordagem que vocês já conhecem: sem rodeios e com os pés bem assentes na nossa realidade.

 

O Outubro Rosa chegou e, com ele, aquela enxurrada de laços cor-de-rosa que vemos por todo lado e mensagens bonitas. Tudo muito lindo, mas vamos combinar uma coisa? O Outubro Rosa é muito mais que laços bonitos e posts nas redes sociais. Eu cá sou daquelas que gosta de ir além da cor. Gosto de ir à raiz. E a raiz desta questão chama-se prevenção.

 

Mas não daquela prevenção vaga, de “cuide-se”. Não. Vamos falar de prevenção como quem fala de uma estratégia. Algo prático, tangível e, acima de tudo, poderoso.

 

É sobre algo que muitas de nós evitamos falar até não dar mais: a nossa saúde. E hoje quero trazer essa conversa para aqui, sem medos e sem rodeios.

 

A Prevenção que Ninguém te Ensina (Mas Devia)

 

A verdade é que muitas de nós fomos educadas para ser fortes, para aguentar a dor e seguir em frente. Mas há uma diferença enorme entre ser forte e ser negligente com a nossa saúde.

 

A prevenção não é drama, é inteligência. E para sermos inteligentes, precisamos de três aliados poderosos:

 

1.  O autoexame não é opcional

    Conhecer o nosso corpo não é vaidade, é necessidade. É saber o que é normal em nós para perceber quando algo foge do padrão. É o nosso primeiro e maior aliado.

 

 

 

2.  A consulta não é para adiar

    Ir ao ginecologista e fazer os exames de rotina não é um bicho de sete cabeças. É um acto de amor próprio. É marcar, ir e fazer. Simples.

 

3.  A conversa salva-vidas

    Falar com as amigas, com as irmãs, com a mãe. Partilhar informação, lembrar umas às outras das consultas, quebrar o tabu. Juntas somos mais fortes.

 

Se falamos de prevenção não podemos esquecer os Mitos Antigos que têm impedido muitas mulheres e homens (isso mesmo, os homens também podem ter cancro da mama) a cuidarem do que importa: o corpo.

 

Vamos lá ser práticas. É hora de separar o trigo do joio:

 

Mito 1: Só mulheres com historial na família têm risco.

A Verdade: Esta é das mais perigosas. A maioria das mulheres diagnosticadas com cancro da mama não tem historial familiar. O risco existe para todas nós. Esperar que não aconteça porque "na minha família não há" é baixar a guarda no momento errado.

 

Mito 2: Desodorizante ou sutiãs com aro causam cancro.

A Verdade: Já ouviram isto, não é? Pois bem, a ciência já provou que é mentira. Não há qualquer ligação. Podem respirar de alívio e usar o que for mais confortável.

 

Mito 3: Um choque ou uma pancada no seio pode causar cancro.

A Verdade: Um trauma pode causar um nódulo, que é um hematoma (um "galo"), mas não vai originar cancro. O cancro surge de uma multiplicação descontrolada de células anormais, não de uma pancada. No entanto, se notarem alguma alteração após um trauma, é sempre bom consultar um médico para despistar.

 


Mito 4: Se não dói, não é nada grave.

A Verdade: Este mito é um verdadeiro engano. Na sua fase inicial, o cancro da mama é geralmente silencioso e indolor. É por isso que esperar por uma dor para agir é um erro. A vigilância ativa e os exames de rotina são a nossa maior arma.

 

Mito 5: É uma doença só de mulheres mais velhas.

A Verdade: Embora o risco aumente com a idade, o cancro da mama pode aparecer em mulheres jovens. Por isso, a consciência do próprio corpo e o autoexame são importantes em todas as fases da vida.

 

Percebem o padrão? Todos estes mitos nos levam a uma de duas coisas: ao medo injustificado ou à falsa segurança. E ambos são perigosos.

 

Resumindo, a verdadeira prevenção assenta em três pilares simples, mas inquebráveis:

 

  1. Conhecer o Terreno: Fazer o autoexame regularmente. É conhecer o que é normal no teu corpo para detetar qualquer anormalidade.
  2. Agir a Tempo: Não adiar a consulta de rotina e os exames de rastreio recomendados. A mamografia é uma ferramenta, não um bicho de 7 cabeças.
  3.  Falar abertamente sobre o tema:  Quebrar tabus. A informação partilhada salva vidas.

 

Conclusão: A Verdade que nos Liberta

 

No fim do dia, a nossa maior proteção não é uma superstição ou um medo infundado. É a clareza.

 

Onde Buscar Ajuda em Angola?

 

De nada vale a consciência se não soubermos onde buscar ajuda. Felizmente, em Angola temos cada vez mais portas abertas:

 

Instituto Angolano de Controlo do Cancro (IACC) - a principal referência no país

Hospital Central do Lubango - com campanhas regulares de rastreio

Unidades sanitárias por todo o país - muitas com programas de prevenção

 

A Nossa Maior Força

 

No final, a maior lição do Outubro Rosa é esta: a nossa saúde não pode ser adiada. Como diz o provérbio: "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura".

 

A nossa persistência na prevenção é essa água mole. A cada autoexame feito, a cada conversa tida, a cada medo enfrentado, é mais uma gota que fura a pedra dura do desconhecimento e do medo.

 

A narrativa agora é nossa. Vamos escrevê-la com saúde, consciência e ação.

 

Vamos juntas furar essa pedra?

 

Beijinhos e até ao próximo post!🙏😘

 

Ema 💖



Fontes para Quem Quer Saber Mais (e Dominar o Próprio Corpo):

 

1.     Liga Portuguesa Contra o Cancro (https://www.ligacontracancro.pt)

o   Tem informações detalhadas sobre cancro da mama, prevenção e apoio a doentes

2.     Instituto Nacional de Câncer - Brasil (https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama)

o  Informação completa e atualizada, com dados sobre prevenção e tratamento

3.     Sociedade Portuguesa de Oncologia (https://www.sponcologia.pt)

o   Recursos educativos e informações sobre avanços no tratamento

4.     Hospital Central do Lubango (https://www.hcl.gov.ao/pt-pt)

o   Para informações sobre campanhas locais e serviços disponíveis em Angola

5.     Associação de Apoio a Pessoas com Cancro (https://www.aapac.pt)

o   Oferece apoio psicológico e informações práticas para pacientes e familiares

6.     Organização Mundial da Saúde   

(https://www.who.int/cancer/breast-cancer/pt/)

Dados globais e recomendações internacionais sobre prevenção

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