Olá, pessoal,
hoje quero falar sobre o Dia do Pai, uma data
que, para muitos, é sinónimo de celebração, mas que, para outros, traz consigo
uma mistura de sentimentos complexos e, por vezes, contraditórios. A verdade é
que o papel de pai vai muito além de um título ou de uma simples presença
física. É uma responsabilidade que se constrói dia após dia, com acções,
compromissos e, acima de tudo, com amor consistente e verdadeiro
Este dia, 19 de Março, celebrado em Angola e em
muitos outros países, tem uma história que remonta ao século XVI, quando a
Igreja Católica decidiu homenagear São José, o pai terreno de Jesus, como
símbolo de paternidade e dedicação. Desde então, o Dia do Pai tornou-se uma
data para celebrar aqueles que assumem o papel de guias, protectores e exemplos.
Mas, como tudo na vida, a paternidade não é um conceito único nem linear. E é
sobre isso que quero reflectir hoje.
O papel de um pai
dentro de um lar vai muito além da biologia. Um pai é, ou deveria ser, aquele
que oferece segurança, que ensina, que corrige com amor e que está presente,
não só fisicamente, mas emocionalmente. Os filhos esperam, acima de tudo,
sentir-se amados e apoiados. Esperam um porto seguro, alguém que os ajude a
navegar pelas tempestades da vida. Mas, infelizmente, nem todos os pais cumprem
esse papel.
Há pais que, embora presentes no registo de
nascimento, estão ausentes na vida dos filhos. São meros genitores, figuras
distantes que deixam um vazio difícil de preencher. E depois há aqueles pais
que nem sequer são conhecidos, cuja existência se resume a uma doação de
esperma num laboratório. Como se sentem esses filhos? Será que devem homenagear
esses pais? A resposta não é simples. O amor e o respeito não são obrigações,
são conquistas. E, por vezes, são conquistas que nunca se materializam.
No meu caso, o meu
pai é uma figura complexa. Ele é hilariante, conta histórias que me fazem rir
até doerem as bochechas, e tem um jeito especial com as palavras. Dizer
"eu te amo" é fácil para ele, mas cumprir promessas já é outra
história. Quantas vezes sonhei com as viagens, as festas, os vestidos e as
oportunidades que ele prometia? Quantas vezes acordei a questionar se essas
promessas foram reais ou apenas fruto da minha imaginação? Gosto muito dele,
mas ele não é "O pai" da música do Matias Damásio. Não é aquele pai
presente, companheiro de todas as horas, que estende a mão quando mais
precisamos. Ainda assim, é o meu pai, e eu amo-o.
A verdade é que um verdadeiro pai
não é aquele que apenas gera, mas sim aquele que cria, ama e está presente. Estudos científicos, como o de Sarkadi et
al. (2008), mostram que a presença activa do pai está associada a melhores
resultados cognitivos, emocionais e sociais nas crianças. Crianças com pais
envolvidos tendem a ter melhor desempenho escolar e menos problemas
comportamentais. Outro estudo, de Lamb
(2010), reforça que a participação do pai promove maior autoestima e
resiliência emocional nos filhos.
Esta reflexão leva-me a uma pergunta: por que é
que as pessoas fazem filhos? Será por egoísmo, por desejo de perpetuar um
legado, ou por puro acaso? Ainda não tenho a resposta, mas acredito que a
paternidade, assim como a maternidade, deveria ser uma escolha consciente, um
compromisso assumido com amor e responsabilidade.
Neste Dia do Pai,
quero homenagear todos os verdadeiros pais, aqueles que estão presentes, que
lutam, que erram, mas que nunca desistem. E quero também enviar um abraço a
todos os filhos que, como eu, cresceram sem um pai presente. Vocês não estão
sozinhos. A ausência de um pai não define o vosso valor, e o amor que merecem
pode vir de outras fontes: de uma mãe, de um avô, de um tio, ou até de vocês
mesmos.
Agora, eu gostaria de ouvir as vossas histórias. Como é o vosso pai? Ou, se
não o tiveram presente, como superaram essa ausência? Partilhem nos
comentários, vamos rir, chorar e reflectir juntos.
P.S.: Se este texto tocou a tua alma, partilha-o e segue o blog "https://emapensamentos.blogspot.com/ " para mais reflexões como esta. Juntos, podemos criar uma comunidade de partilha e apoio.
Para terminar, deixo-vos algumas estrofes da
música 'Papá',
do Matias Damásio, que sempre me tocou profundamente, para nossa reflexão. É uma homenagem linda que muitos filhos desejam
sentir e fazer para os seus pais: admiração, segurança e amor incondicional.
Mas, infelizmente, nem todos têm a sorte de viver essa realidade.
“Aqui vou eu querendo que os meus filhos
Tenham o mesmo orgulho
E possam sentir esse amor
Esse amor ...
Papá quando eu era
pequeno queria que fosses rico
Julgando eu que
riqueza era só dinheiro
Não sabia eu que tinhas dentro do teu peito
O diamante mais precioso do universo
E se por acaso eu voltasse a nascer escolheria-te
Novamente como meu pai
Nunca na minha vida iria desperdiçar
Um minuto sem ti meu tropa”
"Não é o sangue que faz
um pai, mas sim o amor e a dedicação."
Beijinhos e até o próximo post!
Ema 💖
Deixo aqui quatro estudos científicos que abordam o impacto da presença do
pai na educação e desenvolvimento dos filhos. Esses estudos reforçam a importância da figura paterna com base em evidências
científicas, para não acharem que são coisas apenas da minha cabeça 😜😜:
1. "Father Involvement and
Child Development: A Comprehensive Review"
- Autores: Sarkadi, A., Kristiansson,
R., Oberklaid, F., & Bremberg, S. (2008).
- Publicado em: Journal of Child
Psychology and Psychiatry.
- Resumo: Este estudo revisa pesquisas
sobre o envolvimento paterno e o desenvolvimento infantil. Conclui que a
presença activa do pai está associada a melhores resultados cognitivos,
emocionais e sociais nas crianças. Crianças com pais envolvidos tendem a
ter melhor desempenho escolar e menos problemas comportamentais.
- Link: DOI:
10.1111/j.1469-7610.2007.01812.x
2. "The Role of Fathers in
Child Development"
- Autores: Lamb, M. E. (2010).
- Publicado em: Wiley-Blackwell.
- Resumo: Michael Lamb, um dos
principais especialistas em paternidade, explora como a presença do pai
influencia o desenvolvimento emocional e social das crianças. O estudo
destaca que a participação activa do pai promove maior autoestima,
habilidades sociais e resiliência emocional nos filhos.
- Link: DOI:
10.1002/9780470939383.ch10
3. "Fathers' Involvement and
Children's Developmental Outcomes: A Systematic Review of Longitudinal
Studies"
- Autores: Flouri, E., & Buchanan,
A. (2004).
- Publicado em: Acta Paediatrica.
- Resumo: Esta revisão sistemática
analisa estudos longitudinais sobre o envolvimento paterno e o
desenvolvimento infantil. Os resultados mostram que a presença do pai está
ligada a um melhor desempenho académico, menor probabilidade de
envolvimento em comportamentos de risco e maior bem-estar psicológico.
- Link: DOI: 10.1111/j.1651-2227.2004.tb02958.x
4. "The Effects of Father
Involvement: An Updated Research Summary of the Evidence"
- Autores: Fatherhood Institute (2019).
- Publicado em: Relatório do Fatherhood
Institute.
- Resumo: Este relatório compila
evidências recentes sobre o impacto do envolvimento paterno. Conclui que
crianças com pais presentes têm maior probabilidade de sucesso académico,
menor taxa de abandono escolar e maior capacidade de resolução de
problemas. Além disso, a presença do pai está associada a uma redução de
problemas de comportamento e a uma maior estabilidade emocional.
- Link: Fatherhood
Institute Research Summary
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